sábado, 26 de fevereiro de 2011

Sweet Nightmare


Ela gritava, chorava, arrancava os cabelos.
Se arranhava, e mutilava, em desespero.
Sentia o peito arder em brasa,
Queria arrancar o coração com as unhas.

Exausta, retornava ao buraco que chamava "lar".
O único que parecia caber uma criatura como ela.
Adormecia sem sentir o sono chegar.

Abria os olhos todas as vezes
Enxergando aquela mesma imagem
vez após vez, num ciclo idêntico e infinito.

Mas a imagem embaçada desaparecia diante de seus olhos,
E aquele breve momento,
O único que parecia fazer algum sentido,
Passava, como tudo o mais passava para ela.

E sentia chegando de novo.
De novo, de novo e de novo.
Sentia o fogo chegando mais uma vez.
Sabia que ia queimar novamente.

E se mutilava, arrancava os cabelos e se arranhava.
Chorava e gritava até findar a voz.
Antes de se recolher, como sempre fazia.
Ao único lugar que cabia uma criatura como ela.
Aquele que a fazia adormecer sem sentir o sono chegar.
E que traria mais uma vez a imagem que a fazia seguir em frente.

2 comentários:

  1. Nossa, uau!

    Uma poesia intensa que mistura varias sentimentos, desde agustia a frustação.

    Adorei, mas sou suspeito para falar rsrsrs

    Bjsssssssss

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