Ela gritava, chorava, arrancava os cabelos.
Se arranhava, e mutilava, em desespero.
Sentia o peito arder em brasa,
Queria arrancar o coração com as unhas.
Exausta, retornava ao buraco que chamava "lar".
O único que parecia caber uma criatura como ela.
Adormecia sem sentir o sono chegar.
Abria os olhos todas as vezes
Enxergando aquela mesma imagem
vez após vez, num ciclo idêntico e infinito.
Mas a imagem embaçada desaparecia diante de seus olhos,
E aquele breve momento,
O único que parecia fazer algum sentido,
Passava, como tudo o mais passava para ela.
E sentia chegando de novo.
De novo, de novo e de novo.
Sentia o fogo chegando mais uma vez.
Sabia que ia queimar novamente.
E se mutilava, arrancava os cabelos e se arranhava.
Chorava e gritava até findar a voz.
Antes de se recolher, como sempre fazia.
Ao único lugar que cabia uma criatura como ela.
Aquele que a fazia adormecer sem sentir o sono chegar.
E que traria mais uma vez a imagem que a fazia seguir em frente.
Muito bom, parabéns. x]
ResponderExcluirNossa, uau!
ResponderExcluirUma poesia intensa que mistura varias sentimentos, desde agustia a frustação.
Adorei, mas sou suspeito para falar rsrsrs
Bjsssssssss