saboreando o fel de uma liberdade
que oprimia como prisão
Um breu quase palpável
Um caminho de pedras
Lágrimas de sangue
Vindo do céu, aquele anjo reluzente
estendeu-lhe a mão
Era seu nome que ouvia?
Tocou o próprio coração
a rocha de outrora
começava a sangrar
Saboreou de seu próprio líquido
e não tinha o mesmo sabor
O que sentia agora era doce
Olhou para cima, lá estava ele
Desesperou-se, quis mandar-lhe embora
e voltar para sua cela sem grades
Para o aconchego de sua solidão
Continuava ouvindo seu nome
Tapou os ouvidos
Não podia ser verdade...
Não queria que fosse verdade
Então as lágrimas não eram mais rubras
mas límpidas e cintilantes
Aquele olhar sedutor
não podia mais resistir
"venha, meu anjo"
Não proferiu com palavras
Mas com sua alma.
O ser iluminado desceu
e pôde então ver seu rosto
O que eram lágrimas
transformou-se em júbilo
Tocou mais uma vez o coração
agora era todo sangue
que se espalhava por todo o corpo
Aquecendo-o, como esquecera ser possível
Nada mais existia.
O caminho de pedras
O breu
Ou as grades
Agora era só emoção
A louca vontade de gritar
Agarrou-se com avidez a seu objeto de desejo
E numa explosão de paixão
Um clarão formou-se na Terra
Uma nova estrela nasceu.
Liberdade que sufoca! Solidão explosiva!
ResponderExcluirCorroendo as entranhas e espalhando-as pela estrada da vida!
E quando uma nova estrela nascer
ficaremos atento ao que não podemos esquecer
Aê, muito bom! :D
ResponderExcluirgostei, principalmente do clima criado e, claro, do resultado final
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