quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Sou


Como posso definir aquilo que sou?
Inteiramente existente, e, entretanto, não existente, através Dele, sou.
Aquilo que da entidade o nada se tornar,
O significado desse nada eu sou.
Às vezes um átomo no disco do Sol;
Outras, um marulho na superfície da água.

Agora vôo no vento da associação;
Agora sou um pássaro do mundo incorpóreo.
Pelo nome de gelo também me chamo:
Congelado na estação do inverno sou.
Envolvi-me nos quatro elementos;
Sou na nuvem na face do céu.

Da unidade cheguei à infinidade.
Na verdade, nada existe que eu não seja.
Minha vitalidade vem da própria fonte da vida;
E sou o discurso dentro de cada voca.
Sou a audição de cada ouvido;
E também a vista de cada olho sou.

Sou a potencialidade de cada coisa:
Sou a percepção do íntimo de cada um.
Minha vontade e inclinação estão em tudo;
E com meus próprios atos, também satisfeito.

Para os pecadores e viciosos, sou mau;
Mas para os bons, benéfico sou.

- Poema sufi de Mirzá Khán, Ansari

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