Resenha: NANA (anime)

NANA é originalmente um mangá, de autoria de Ai Yazawa, que começou a ser lançado no ano de 2000. O anime, com 47 episódios, foi exibido de 2006 a 2007, dirigido por Morio Asaka e produzido pela Madhouse (sua linda). Também existem dois filmes, ou live actions, lançados em 2005 e 2006, mas ainda não assisti.

Essa é a história de duas Nanas. Komatsu Nana, uma jovem comum, que muda-se para Tóquio depois de um ano em sua cidade poupando dinheiro para reencontrar-se com o namorado e conquistar sua independência, embora seja incrivelmente dependente dos outros. Oosaki Nana não é nada comum, além de grande beleza, possui um estilo punk-rock próprio, grande beleza e uma bela voz. Ela também parte para Tóquio atrás do sucesso, mas como vocalista profissional, uma vez que sua banda se desfez quando seu namorado é chamado para Tóquio para tocar em uma banda famosa. Mas diferente de Komatsu, Oosaki não está atrás de seu amor, apenas de sua própria realização.

As duas também tem histórias bem diferentes, sendo que Komatsu teve uma vida comum, morando com seus pais e duas irmãs, uma mais nova e uma mais velha, enquanto Oosaki foi abandonada muito cedo pela mãe e criada pela avó, que não lhe dava muita atenção.

Depois de encontrar-se em no trem rumo à Tóquio e de perder contato depois disso, as duas Nanas voltam a encontrar-se em outra ocasião por acaso do destino, e é dessa amizade que surgem tudo o que se segue no anime.

Minha impressão: depois de assistir e resenhar Death Note, eu pensei que nunca mais encontraria um anime que mexesse tanto comigo, e até escrever sobre outros desenhos se tornou um pouco difícil, por melhor que fossem. Mas NANA tem uma força tão incrível que me fez rever meus conceitos, e hoje, sinceramente, depois de dizer que Death Note havia sido de longe o melhor anime que tinha visto, já não tenho mais tanta certeza disso.

A história das duas Nanas é tecida com muito carinho e com muitos detalhes, assim como o que se desenvolve depois que elas fazem amizade. A maneira como cada personagem é introduzido e como cada um sai de cena, quando acontece, é sempre na medida certa.

Os personagens, cada um deles, são muito importantes, e incrivelmente intensos. NANA não deixa pontas soltas, a não ser pelo final, que embora se encerre satisfatoriamente, deixa algumas coisas em aberto. Acho importante dizer isso porque era planejada uma segunda temporada para o anime para dar sequência, até porque seu sucesso foi muito grande, mas a escritora adoeceu e a história acabou se seguindo apenas em mangá, e ainda assim, não foi muito longe.

NANA é um anime muito intenso, e é praticamente impossível não se ver envolvido com todos os personagens, pois a personalidade e as características de cada um é exposta de maneira muito eficiente. E ainda mais eficiente é a maneira como a situação muda de alegre para triste e vice-versa. É quase inacreditável a maneira como as coisas se ligam umas às outras, dando lugar a uma situação totalmente nova e diferente.

Eu confesso que se eu tivesse lido a sinopse aleatoriamente em algum lugar, jamais teria me interessado, mas a verdade é que uma amiga me deu os DVDs de presente de aniversário, e eu pensei comigo: ruim não vai ser. Mas o que eu senti e experimentei está além das palavras. NANA me tocou profundamente, e de uma maneira tão intensa que eu, que já sou meio deprimida por natureza, em certos dias, dependendo da sequência de fatos, experimentava uma tristeza tão profunda assistindo aos episódios, que às vezes durava até depois, pensando nos personagens, como se fossem velhos amigos.

Enfim, acho que por mais que eu continuasse falando durante todo o dia, tentando explicar o que senti, ainda assim não conseguiria, e fica aqui então minha verdadeira recomendação para que se assista NANA. Eu ri muito e chorei ainda mais com tudo. Amizade, amor, traição, sexo, drama, comédia, Rock n' Roll, bebida, cigarros, fama, pisadas de bola, sacrifício... Tudo isso é encontrado, fluindo tão perfeitamente que é difícil de acreditar.