sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Resenha: Psycho-Pass (anime)


Psycho-Pass já nasceu anime, em outubro de 2012. Um mês depois também foi adaptada para mangá. A direção é de Naoyoshi Shiotani e o estúdio responsável por sua concepção, em 22 episódios, é a Production I.G.



O cenário de Psycho-Pass é um mundo onde um sistema virtual, o Sibyl System, é capaz de analisar o comportamento e os pensamentos das pessoas, classificando seus níveis de stress e tendência a cometer crimes, mesmo antes que isso aconteça  ~Minority Report feelings~. Alguns indivíduos podem receber tratamento, como terapia, a fim de reverter esse estado psicológico; outros são dados como criminosos irrecuperáveis, e assim são julgados, trancados e em alguns casos até sentenciados à morte sem ter cometido qualquer crime.


Ainda dentro desse cenário comandado pela Sibyl, não são só os criminosos que têm seu futuro determinado pelo sistema: de acordo com suas notas e seu desempenho na escola, também lhe é designada uma ou mais carreiras que você deve seguir, o que segundo o sistema aumenta as chances da pessoa se tornar mais feliz e realizada. Em contrapartida, também existem aqueles que o sistema determina que não vão servir para nada, os famosos zero à esquerda.

Destacando-se entre criminosos irrecuperáveis, temos os Enforcers, ou Executores, ou Justiceiros em algumas traduções. São pessoas com coeficiente criminal - o chamado psycho-pass - acima dos níveis aceitáveis, sem chance de recuperação, mas que podem contribuir com a lei e a justiça de alguma forma.


Os executores trabalham sempre sob a supervisão de um inspetor, e é aí que entra nossa protagonista, Tsunemori Akane, cujas notas foram tão altas que ela praticamente podia escolher entre qualquer profissão. Mas justamente por ter as maiores notas entre os selecionados para trabalhar para a Segurança Pública, Akane acha que lá dentro ela poderá fazer algo que ninguém mais pode.

Entre os executores também temos algumas peças ilustres, como Masaoka e Kougami, ex-detetives que agora trabalham como cães de caça da Sibyl depois de terem seus coeficientes criminais gradualmente aumentados por causa do cenário violento de seu trabalho, até serem considerados uma ameaça à segurança alheia.


O antagonismo do anime fica por conta de Makishima Shougo, um homem cujo coeficiente criminal não pode ser lido pelo sistema Sybil. Dono de uma inteligência fora do comum e de um ego um pouquinho maior, Makishima sonha com um mundo onde as pessoas

Minha impressão: Psycho-Pass é um anime brutal. Mas mais do que isso, também é muito intenso. O que começa com casos isolados enquanto somos apresentados aos personagens principais, aos poucos vai se desenvolvendo como uma trama bem mais complexa e de maneira muito eficiente, principalmente levando-se em conta o número de episódios.


É bem interessante pensar em questões como essas, não só de um mundo que é governado por uma entidade virtual, mas também nas brechas que esse sistema abre, como é o caso de Makishima. Leva a uma reflexão que pode render bastante quanto à questão da busca incessante pelo perfeito, e ao mesmo tempo também nos lembra de que não existe o perfeito, seja ele virtual ou não.

O personagem de Akane não é muito marcante, é um velho clichê da policial novata que acredita que todos merecem uma segunda chance e que possuem amor no coração e com o passar do anime se torna muito badass incorporando a liderança e tudo mais - mas continua super boazinha. Ok, ela se encaixa perfeitamente na trama, mas não há de se negar que não existe nada de surpreendente nela.


Ao mesmo tempo, alguns outros personagens acabam rendendo situações bastante inusitadas, como o inspetor Ginoza e os executores Masaoka, Kougami e Kagari, que eu obviamente não vou comentar para não estragar para quem for assistir. O personagem de Makishima também não é uma grande epifania, a ideia do vilão tresloucado que acha que o fim justifica os meios e que está disposto a sacrificar tanto inimigo quanto aliados para cumprir seus objetivos também não é exatamente nova. Mas assim como Akane, ele também cumpre seu papel.

Vemos também aqui aquela história do arqui-inimigo, entre Makishima e Kougami, como L x Kira ou Lelouch x Kururugi, que encarnam uma partida interminável e mortal de xadrez psicológico... Mas obviamente, depois de Death Note, acho que será muito difícil algum outro anime encarnar essa dialética com tanta intensidade.


Outro grande trunfo do anime é seu final. Eu já me cansei de assistir animes incríveis com finais absolutamente mornos, incompletos, clichês - final feliz... Mas o final de Psycho-Pass é tão bom quanto todo o seu desenrolar. É claro que qualquer informação que eu dê aqui soará como spoiler, e por isso vou ficar de boquinha fechada, mas queria deixar claro que é um ótimo final.

Eu tenho uma característica, de não acompanhar animes - assim como séries de TV - semanalmente. Só assisto quando encerra a exibição, ou pelo menos cada temporada. E me lembro de quando li a sinopse do anime e de como fiquei ansiosa para assistir. Quase um ano depois acabei me lembrando, e procurei o anime com, confesso, muito medo de me decepcionar. Mas isso não aconteceu.

Resumindo, Psycho-Pass é sim uma obra que passa despercebida entre muitas outras, e eu recomendo fortemente.













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