sexta-feira, 17 de maio de 2013

Resenha: Seirei no Moribito (anime)


Seirei no Moribito, ou O Guardião do Espírito Sagrado, é originalmente um livro de fantasia, escrito por Nahoko Uehashi, publicado em 1996. A partir de março de 2007, começou a ser publicado em mangá, com enredo também de Nahoko, e ilustrações de Kamui Fujiwara. Um mês depois, em abril do mesmo ano, começou a ser exibido o anime. A direção é de Kenji Yamiyama, e o estúdio responsável a Production I.G. São 26 episódios.

Esse anime conta a história de Balsa, uma guerreira lanceira que por conta de um acontecimento em seu passado, compromete-se a salvar oito vidas, em compensação a oito vidas que se perderam para que ela sobrevivesse. Então, se torna guarda-costas.


Em um determinado momento sua vida cruza com a de Chagum, Segundo Príncipe do império de Yogo, salvando sua vida após um acidente com a carruagem real. Balsa é levada ao palácio e a imperatriz delega a ela a missão de tornar-se responsável pela vida do jovem príncipe, ainda uma criança.

Acontece que o menino leva consigo um espírito de água, que os adivinhos acreditam ser o responsável por trazer uma seca interminável ao reino, que aparece a cada cem anos e deve ser eliminado com uma espada sagrada pelo imperador em pessoa, pai de Chagum. Desesperada, sua mãe pressiona Balsa e providencia sua fuga com o príncipe.


Começa então uma jornada de fuga e luta, para salvar a vida de Chagum e descobrirem a verdade sobre o espírito que ele carrega.

Minha impressão: Seirei no Moribito é um anime simplesmente incrível. A história é encantadora, sem parecer inocente em demasia. Tem ar de fábula, mas com dor, tristeza e solidão. É envolvente e cativante, com um cenário maravilhoso.

Balsa, a guerreira errante, firme e decidida, carrega até na voz o peso do passado triste mas sobrevivente que tem de bagagem. É o tipo de personagem que faz você saber que sentirá saudades quando o anime acabar.


Chagum mostra todo o choque de um nobre inserido à rotina de pessoas normais, sempre atento, aprendendo, e apesar da pouca idade, ensinando também aos adultos um pouco mais do sentido da honra e da vontade de realizar um bem maior, mesmo à custa de sua própria vida.

A xamã Torogai é uma figura à parte, talvez a responsável pelo pouco humor do desenho. Dona de uma sabedoria imensurável, Torogai é simples e debochada. A leveza com que encara os mais duros desafios que os personagens encaram é sem dúvida um dos pontos mais importantes do anime, embora possa até passar despercebido. Sem sua presença, talvez Seirei no Moribito se tornasse uma obra muito pesada, embora não ruim.


E Tanda, o curandeiro discípulo de Torogai, é quase um personagem secundário, mas ele também age como uma peça chave em diversos momentos ao longo da narrativa, também extremamente cativante.

O desenrolar da história acontece com muita espontaneidade, conferindo ao anime um fluxo muito natural e tornando o ato de assisti-lo muito prazeroso. Pontos de emoções intensas não são muitos, mas os que existem são arrebatadores.

Sem comprometer as surpresas do anime, posso citar uma cena que me deixou à flor da pele: em um determinado ponto da história, Balsa sente o peso da vida dura que teve como uma guerreira em treinamento, isolada das atividades de uma criança comum. Ela ouve a história sobre um guerreiro que se tornou tão forte que se esqueceu de como conviver com as pessoas, e se transforma em um tigre. Então, lutando contra uma pessoa que não aceitou ser derrotada por ela no passado, ela é levada ao limite e entra numa espécie de transe assassino, investindo contra o inimigo. Quando a cena abre, aparecem os dois lutando em campo aberto, mas ao invés da imagem da bela guerreira, aparece o inimigo lutando contra um tigre. Me encheu os olhos d'água só de lembrar, é realmente uma cena espetacular, apesar de muito rápida. Você pode conferir essa cena um pouquinho depois da metade desse vídeo aqui.


Fora isso, a qualidade visual das lutas, principalmente as com lanças - a maioria no anime - é de tirar o chapéu. Os movimentos são muito reais, como em poucas vezes lembro de ver em outros animes. Quase parecem personagens reais em movimento, capricharam muito e o resultado realmente ficou demais.

Resumindo, repito o que disse no início: Seirei no Moribito é um anime realmente incrível. E para quem conhece o medo que sinto de animes muito bons com finais decepcionantes, saibam que esse não é um. O final é lindo e emocionante. Mais uma vez, incrível.

Acho que não preciso dizer se é um anime que eu recomendaria, né?







2 comentários:

  1. A série é tudo isso mesmo que já disseste. Só elogios. A trilha sonora é esplêndida, a presença da xamã Torogai é um convite para se entender mais sobre as narrativas antigas; as que a gente faz questão de esquecer... A cena que me deixou à flor da pele, compactuo do teu feeling, foi a de quando Balsa precisa consertar/reparar a lança e procura um ferreiro, daí escondida no compartimento dentro da loja do ferreiro, ouve, à espreita, a história que ele conta aos seus perseguidores. F.E.A.R.

    Essa foi a minha cena. ^^

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    1. Thiago, essa cena na loja do ferreiro também é muito intensa... Para falar a verdade é até difícil escolher uma cena, porque o anime é realmente excepcional como um todo!

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