Death Note é originalmente um mangá escrito por Tsugumi Ōba e ilustrado por Takeshi Obata, lançado de 2003 a 2006. A adaptação para anime foi dirigida por Tetsurō Araki, produzida pela já conhecida Madhouse - Devil May Cry, Claymore, Chobits e os longas Paprika e Perfect Blue são alguns exemplos - e exibida entre 2006 e 2007, com 37 episódios.
O anime também conta com dois extras, ou Director's cut: Rewrite 1 - A Visão de um Deus e Rewrite 2 - O Sucessor de L.
Além disso, foram produzidos três filmes, ou Live Action, com atores de verdade, são eles: Death Note - The Film, Death Note - The Last Name e L Change the World - que quando eu assistir, vou falar sobre, também.
cena de um dos filmes
Antes que alguém se confunda como eu: o suposto episódio extra ou episódio 38 não existe, ok? É um fan made que se encontra apenas dublado numa montagem facilmente encontrada no youtube. E o Beyond Birthday, bastante mencionado na internet, não é parte do anime, apenas do mangá. Se eu estiver errada, por favor fiquem à vontade para me corrigir.
A história de Death Note é centrada em Yagami Raito - ou Yagami Light, em muitas versões. Light, na pronúncia japonesa é Raito, com R de barata, e não de barraco -, um exemplar estudante do Ensino Médio que tem sua rotina tediosa alterada ao encontrar um Death Note, ou um caderno da morte - suas regras podem ser encontradas aqui -, derrubado no Mundo Humano pelo Shinigami - Deus da Morte - Ryuuku - ou simplesmente Ryuk, em muitas traduções - propositalmente, uma vez que este se encontrava igualmente entediado.
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Uma vez em posse do caderno e após confirmar sua veracidade, Raito se vê tomado por um complexo de Deus, acreditando que suas ações podem livrar o mundo de toda e qualquer maldade, aniquilando os malfeitores de que tem conhecimento. Mas em seu caminho surge L, que até então nunca revelara seu rosto ou verdadeira identidade. E junto com a polícia japonesa, montam uma força-tarefa que visa identificar e levar Kira - uma analogia a killer, assassino, em inglês. Kira é a pronúncia de killer em japonês -, como passa a ser conhecido, à execução.
Mas além de ter seu pai como chefe da investigação, Yagami Raito é dono de uma inteligência fora do comum, e ele se mantém quase sempre um passo à frente dos investigadores. Quando L assume o caso, Raito percebe que está lidando com um intelecto à sua altura, e os duelos de raciocínio começam.
Minha impressão: É muito fácil entender o motivo de Death Note ser um dos animes mais populares da atualidade, entre públicos de todas as idades. O anime tem suspense, investigação, romance - de uma maneira estranha, mas tem, rs -, uma pitada de horror por conta dos Shinigamis e outra pitada de comédia.
Mas ainda não é isso o que torna o desenho tão especial. Em Death Note, vemos uma minimização daqueles diálogos "desnecessários" que acontecem muito em animes - geralmente dos personas conversando sozinhos -. É claro, eles existem. Mas acontecem em menor escala e são abafados pela grandiosidade do roteiro geral, com reviravoltas que de início podem até confundir um pouco, mas quando - brilhantemente - revelados seus segredos, são de cair o queixo.
Os personagens são extremamente sólidos e fiéis à proposta que apresentam desde o início. Seus pensamentos e atos são exatamente aqueles que se esperam deles, e ainda assim, não caem na previsibilidade. Aliás, previsível é a única palavra que não pode ser usada para definir os personagens e roteiro de Death Note. Consistentes, sim. Previsíveis, não.
Uma relação de amor e ódio é tecida entre telespectador, vilão e mocinho.
Raito não é o típico vilão odioso que cativa nosso desafeto gratuitamente. Ele tem um objetivo nobre, não há como negar. O que assusta é sua psicopatia, a linha que simplesmente deixa de existir entre certo e errado. Os fins justificam os meios?
E L também não é o típico mocinho que age conforme manda a cartilha do bom samaritano. Seus métodos por vezes dividem opiniões e causam desconforto mesmo em membros de sua equipe. O que importa são os resultados?
Death Note não deixa pontas soltas - algo que me incomoda muito quando acontece, inclusive aconteceu essa semana com Loveless, um Yaoi levinho de 13 episódios apenas, mas extremamente frustrante. Tudo parece cuidadosamente e carinhosamente - de uma maneira meio sádica - pensado.
Enfim, daqui pra frente fica difícil tecer mais comentários - e elogios, eu admito - sem comprometer as surpresas do anime. A questão é: embora eu goste muito de outros animes, como Hellsing, que sempre amei, tenho que admitir que Death Note foi de longe o melhor que já assisti. A firmeza de seu desenvolvimento é difícil de ser contestada. Soa tietagem? E é mesmo. Mas ainda assim eu não mudaria nenhuma das minhas palavras. E o final? O final é como o encerramento de uma orquestra. Só assistindo para saber, e dizer.
E na boa. Assistam.