E a academia, como vai?

Eu não sei quanto a você, gordinho, mas eu fui gordinha quase a vida inteira - dos 16 aos 18 eu era gostosa... Ah, bons tempos! - e nunca fui capaz de lidar bem com isso. Sempre fazendo dietas ou caçando um jeito de me desfazer dos malditos quilos indesejáveis.

Já cheguei a pesar 70kg - que beleza, hein? Minha mãe devia ter me mandado para um abatedouro! - e depois das dietas mais loucas do mundo consegui reduzir esse peso a 48,5. Vale lembrar que eu meço cerca de um metro e meio. Isso há exatamente quatro anos atrás. Aí vieram as festas de final de ano, e o que é que aconteceu? Isso mesmo, trocentos quilos de volta ao nada belo corpinho da Ju.

(olha que beleza essa moça aí de camiseta do Mickey. Sou eu em 2002 ou 2003, com 70kg ¬¬)

E aí aos poucos fui engordando de novo, voltando a uma média de 60kg, chegando aos dias atuais, 63kg. E a promessa de dieta e emagrecimento ficando só na cabeça. Botar em prática, nem pensar. E o resultado disso, qual é? Sacolas e sacolas de roupas guardadas no fundo do baú simplesmente porque não entram.

Eu não estou mal, hoje, com os tais 63kg. Ainda faço o estilo gordinha filé mignon, tudo bem, mas como mulher, e exigente, não estou contente com isso. Em agosto comecei a fazer caminhada, e estava indo bem, já correndo em alguns trechos do percurso, mas meu aniversário foi se aproximando, chegaram as bebedeiras, ressacas... E a caminhada foi pro beleléu. De volta à estaca zero, Juliana!

Foi quando eu resolvi implorar para o meu pai para pagar academia pra mim - eu já tinha feito musculação ano passado, mas parei por problemas financeiros -, e ele aceitou. Comecei essa semana, e estou me sentindo muito bem de estar praticando algum exercício novamente. Veja bem, nunca fui adepta do modo de vida saudável, eu gosto mesmo é de encher a cara, dormir tarde, acordar tarde e ficar com a bunda para cima assistindo filmes ou séries. Ou no computador, aproveitando o vasto cardápio da internet.

Mas quando você vê a idade chegando, os quilinhos se acumulando, o sedentarismo começa a soar quase como crime. E pensa consigo mesmo que uma hora ou outra o pessoal do FBI vai bater à sua porta para te levar em custódia. É só eles encontrarem alguma evidência que te ligue à cena do crime, como um papel de bombom com sua digital, um guardanapo de coxinha com seus epitélios ou uma lata de refrigerante com sua saliva. Feito o exame de DNA, pronto. Cadeia nela!

Em janeiro vou para Vila Velha visitar meu pai, e sei que até lá não estarei sequinha, mas pelo menos um pouco do excesso eu pretendo, digamos, eliminar. E dessa longa jornada eu tirei uma simples conclusão: se eu não engatar de perder peso dessa vez, vou me aceitar como gordinha e viver feliz com meus quilinhos a mais - não que eu realmente queira isso -, sem engordar mais ou emagrecer mais, mas pelo menos com a consciência tranquila, e não me sentindo uma transgressora da lei toda vez que como um pão de queijo a mais.

E o que acontece quando estou voltando da academia, suada, com as pernas se movendo praticamente no piloto automático? Algum filho da puta sujeito estava fazendo batata frita. Minha vontade era de malhar a batata, juro. A sorte é que não identifiquei de onde vinha o cheiro, porque na fome que eu estava era bem capaz de ter invadido a casa e feito a família toda de refém em troca da maldita batatinha.

Me desejem boa sorte, porque eu sei que vou precisar! ;)

"Certas dietas são simples. É só cortar açúcar,  frituras, massas, molhos, bebidas alcoólicas, pães, biscoitos e... Os pulsos."