quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Black Velvet


Veludo negro, veludo negro
Tocando sua pele alva
Os delicados pés
Acariciam o tapete macio

Sente os dedos entre as plumas
Fantasia de um outro carnaval
Rodopia, alucinada, sozinha em seu refúgio
Nua, o corpo coberto por apenas
Sua echarpe de veludo negro

Embala-se ao som da própria voz
Cantarolando uma música antiga
Inebriada pelo vinho em sua taça
Derrama sobre o próprio corpo
O líquido vermelho e quente

O som de sua música contagiante
Não a deixa ouvir os passos
Passos na varanda
Passos nas escadas

A visão turva, a meia-luz
Não a permite notar a aproximação
Uma sombra na noite
Um vulto no espelho
Um reflexo na lâmina

Tapete cor de creme
Tingido de carmim
Olhos vazios, pesarosos
Sangue e vinho misturados pelo chão
O líquido que esvai-se de seu corpo
Tem a cor de seu batom

Veludo negro, veludo negro
Banhado em tinta rubra.

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