Resenha: Black Lagoon (anime)

Black Lagoon é originalmente um mangá lançado em 2002 da autoria de Rei Hiroe e que mais tarde foi adaptado para anime na forma de duas temporadas e lançado no ano de 2006. Ambas contam com 12 episódios cada, totalizando 24 e a segunda temporada possui o título de Black Lagoon: the Second Barrage. E além disso, uma série de OVAs com 5 episódios estrelando uma personagem que aparece no final da primeira temporada. O estúdio responsável por sua concepção é um queridinho meu, a Madhouse.

Essa é a história da Companhia Lagoon, um grupo de mercenários que no geral contrabandeia cargas em águas asiáticas nos anos 90. Mas por vez ou outra, desde que bem pagos, podem aceitar outros trabalhos ilegais como o transporte de reféns, a exemplo do que podemos ver na própria série.

O anime não tem bem um enredo central, principalmente na primeira temporada. Logo no início Okajima Rokuro - ou como passa a ser chamado no desenho, Rock - acaba como vítima em uma empreitada da Companhia Lagoon, e depois de ser mantido como refém acaba se tornando parte da equipe. Depois disso as coisas vão se desenrolando em sequências de 3 ou 4 episódios.

Na segunda temporada há um foco maior em um certo incidente envolvendo grupos mafiosos no Japão, além de maior atenção para as organizações criminosas do desenho em geral, diferente da primeira temporada onde os holofotes incidem  mais sobre as histórias dos personagens.

Minha impressão: Black Lagoon é um anime de ação que não deixa absolutamente nada a desejar a qualquer pancadaria hollywoodiana que podemos encontrar por aí hoje. Tem muito tiro, explosão, perseguição e tudo mais.

Em tese , é um anime bastante previsível. Os personagens são de certa forma manjados - tipo o nerd que não usa armas (Benny) e manja tudo de computador, ou o negão grandalhão (Dutch) super bacana -, e o roteiro não é exatamente uma epifania, mas Black Lagoon tem essência.

Tanto os personagens como as sequências de episódios têm alma, é fácil entrar no mundo deles e se identificar, por mais que sua personalidade ou realidade não tenha absolutamente nada a ver com aquele personagem x ou com aquele acontecimento y.

Por exemplo, Revy Two-Hands, a pistoleira gostosona com shorts jeans e coturno e mal educada. Clichê? Demais. Tem alguma coisa a ver comigo? Sim, não sei dizer qual de nós duas fala mais palavrão. Resumindo, fiquei encantada com a Revy e facilmente se tornou minha personagem favorita.

Outra coisa bem legal no desenho: os diálogos são muito intensos. E acho que por esse motivo é que a alma que citei anteriormente é tão bem trabalhada. Um desenho com muitos diálogos é uma arma perigosa, porque quanto mais os personagens falam, mais se sabe sobre eles e mais fácil é cair em contradição mais pra frente. E esses diálogos tornam mais evidentes a personalidade de cada personagem, como a caótica Revy - ok, estou falando dela de novo, paguei pau mesmo -, e o bom Rock.

Tanto isso fica evidente que na página de prints que tenho em sociedade com uma amiga no facebook, geralmente sou eu quem posta as cenas de animes, e nunca antes na história dessa que vos fala um anime rendeu um número tão grande de prints quanto Black Lagoon, com uma marca de 111 montagens para 24 episódios. Número bastante expressivo e difícil de ser ignorado.

Os OVAS são uma sequência de 5 episódios de aproximadamente 30 minutos, com título de Roberta's Blood Trail, faz jus ao nome. Roberta realmente deixa um rastro de sangue por onde passa. A Bloodhound de Florença enlouquece atrás de vingança pela morte de seu mestre e sai chutando todas as bundas que atravessem seu caminho.

Resumindo, Black Lagoon é sim uma experiência memorável, uma obra marcante que me fisgou sem qualquer esforço. Recomendadíssimo.