terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O dia em que andei de avião

Imagine uma pessoa que tem medo de andar de elevador voando naquele pássaro de metal enorme. Não, não foi a minha primeira viagem de avião. Já voei várias vezes, mas isso foi há mais de 20 anos. Confesso que nem fiquei assim tão nervosa, estava mais ansiosa com a viagem em si do que com o percurso.

5:20 da manhã: Sala de embarque. Embarque anunciado e logo a fila. 5:30: Sem previsão de decolagem, sem teto. Muita chuva. Senta todo mundo. 5:40: Embarque anunciado de novo. Fila novamente. Vamolá. Pega aqui seu guarda chuva, moça. Vamos subir a escadinha maldita com mala num braço e guarda-chuva no outro, muito vento. Quase saí voando lá de cima. E olha que eu sou gordinha. Sentei na janelinha. Oba, janelinha. Adoro.

Prestei atenção em todas as instruções da aeromoça. Com coisa que se o avião caísse eu ia me lembrar daquilo, né? Mas prestei atenção. Não ia deixar a moça falando sozinha. Vambora, põe esse treco no céu aí! E o aviãozinho começa a andar. Anda pra cá, pra lá, e eu já meio nervosinha. Na hora que o bicho acelerou, eu adorei. Adrenalina pura, velocidade! Quando ele alçou vôo, eu achei que ia morrer do coração. Chuva chuva chuva chuva, e ele subindo subindo subindo subindo. Mudança de pressão dentro do avião e dentro do meu corpo. Lembrei do elevador. Sabe quando ele tá subindo e dá aquele balanço básico pra parar? Aquilo. E subindo. E eu pensando "CHEGAAAA! Tá bom de subir, cacete, fica por aqui mesmo que se cair o estrago é menor!". Mas ele não me ouviu. E subiu mais.

Quando pareceu ter alcançado a altura de Deus, ele parou. Parou de subir, quero dizer. Continuou funcionando. Vamos ouvir uma musiquinha pra distrair né? Celular ligado no MODO VÔO, porque eu não tava a fim de derrubar o avião. Mas desisti logo. Vieram servir o lanchinho. Biscoito à lá Toda Hora, 2 rosquinhas Mabel e aquele suquinho que dizem que é de laranja. Mas tem um maravilhoso sabor de industrialização. Vi que algumas pessoas negaram. Eu não ia negar. Séculos sem andar de avião e ia sair sem lanchinho? Nem fodendo. Me ocorreu que os comissários devem sacar quem tem grana e quem não tem. Me ocorreu qual será o salário de um comissário de bordo.

Fiquei reparando nos anúncios do piloto, co-piloto, sei lá quem fala, que são feitos em português e inglês né? Só teve um piloto que eu achei que tinha um inglês realmente legal, que foi o que pilotou BH - Vitória. Ah, é, meu vôo teve conexão. Uberlândia - BH, BH - Vitória. E na volta Vitória - São Paulo (Congonhas), São Paulo - Uberlândia. Pra uma pessoa com medo de decolar... Né? O piloto do melhor inglês também tinha uma voz super sexy e um sotaque carioca muito charmoso. Fiquei imaginando se ele era bonitão. Devia ter falado pra aeromoça que meu sonho de criança era conhecer a cabine do piloto. Só que eu já realizei esse sonho. Quando era criança.

Enfim, cheguei, me diverti e curti intensamente os quinze dias no Espírito Santo. Quando entrei no avião, em Vitória, o coração tava tão apertado que eu achei que não ia caber dentro do peito. Mas segurei a onda. Quando o aviãozinho começou a andar, eu comecei a chorar. Chorei que nem criança, de molhar o pescoço. Chorei até ele chegar lá em cima. Hora de matar a saudade do que ficou em Uberlândia, e de começar a sentir saudade do que ficou no Espírito Santo. Hora de voltar pra casa.

Já sobrevoando Minas 

Conexão em Congonhas

Aproveitar a vista, né?

Descobri o que faz o avião voar. São os assentos!

Lanchinho da volta

5 comentários:

  1. Amei o texto.
    Tua descrição está impecável.
    Ri com a parte que já estava bom de subir...cacete. XD
    Viajar é sempre bom e saudade teremos sempre, de um lugar ou de outro. =)

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  2. Vc é péssima pra contar história véiii... "o avião parou..." Todo mundo pensa, ihhh fudeuuu hauhauhau

    Legenda da foto: "depois de chorar rios" Pensei q cagonaaaa véi hauhauhaua Chorou de medo.

    E o principal, esqueceu de falar de mim né, já tá chorando de saudades de mim q eu seiii...

    =*********
    Saudades XX!

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  3. hauhua Brincadeira né, vc contou a história muito bem, até senti o clima de suspense no ar hahauha

    No fim devo ter ficado mais nervosa q vc voando, pq não consegui reparar na metade dos detalhes... hauhauha

    "Use o assento para flutuar" WTF? hauhauhauh

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  4. Detesto aviajar de avião, só ando pq é necessário, mas seu texto é um charme a parte :D

    Não sei pq colocam esses assentos flutuantes se num caso de acidente em alto mar ninguém sobrevive hehehehe

    Bjsss

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  5. TO COM A PANÇA DOENDO DE TANNNNNNTO RIR COM SEU BLOG!!!!

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