Putz, deu branco!

Já tem um bom tempo que venho pensando em escrever algo de consistência, e embora sejam muitos os assuntos que me atraem, absolutamente nada disso se tornou minha verdadeira "musa inspiradora". E eis que ontem, antes de dormir - e até depois que isso aconteceu, acordei de madrugada com a ideia na cabeça - me veio a inspiração real, mas como eu não tive a iniciativa de levantar-me da cama, ligar o computador e escrever... Esqueci total e completamente do que era.

Então, resolvi escrever sobre isso. O maldito e assustador branco.

Quantas vezes na nossa vida, independente das criações e tudo o mais, não nos deparamos com esse monstro sem face? Pode ser numa conversa, tentando lembrar o nome de um filme. Ou numa prova, tentando lembrar a maldita fórmula que você sabe que sabe, mas não sai do seu cérebro nem com macumba? O nome de uma rua. O número do celular de alguém. O aniversário do seu amigo.

Todas essas informações que estão armazenadas em algum lugar sombrio e úmido do seu cérebro, mas você não consegue acessar nem pedindo ajuda ao Papa.

O pior é quando te foge uma palavra corriqueira, daquelas que você usa no dia-a-dia, como janela, ou mesa, e você não consegue formular uma frase decente enquanto a bendita palavrinha não volta ao lugar onde ela pertence. E aquilo incomoda de uma tal maneira que de repente todo o seu cérebro está voltado para aquela função, e não obedece a qualquer outro comando que você tente - olha aí o branco, o que vem depois de tente...? - exercer! Exercer é a palavra!

Que atire a primeira pedra quem nunca ficou perdido nos próprios pensamentos, esperando pela luz divina para terminar uma oração. Te dou um bombom se isso ainda não te aconteceu. Aliás, não vou dar não. Porque ainda vai acontecer.