Pray for an end to our deception

Tem certos momentos da vida em que algumas coisas parecem simplesmente não fazer sentido. Em alguns momentos eu acho que a gente deveria receber uma espécie de "bônus" por ter que passar por certas situações. E uma dessas situações é o tal do coração partido.

"Can a song replace a broken heart?
Now can a song replace broken love?
No..."
- A song for a broken Heart, A Static Lullaby

Pois bem, é uma dor que eu já havia me esquecido de como era, e confesso que não estava sentindo falta dela. No entanto, passei por uma longa fase de indiferença amorosa que acho que talvez até estivesse precisando disso. Bem, talvez não precisando, mas é uma injeção de sentimentos que nos faz lembrar pelo menos que estamos vivos. Por mais doloroso que isso possa parecer.

"Pain, without love
Pain, I can't get enough
Pain, I like rough
'Cause I'd rather feel pain than nothing at all
Rather feel pain than nothing at all
Rather feel pain"

- Pain, Three Days Grace

Não há palavras nesse mundo capazes de traduzir a dor de um coração machucado, e toda racionalidade do mundo é insuficiente para tentar explicar a cadeia de eventos que levam até esse lugar triste, escuro e frio. A vontade de arrancar de você é enorme, mas não é maior do que a vontade de não precisar fazer isso. Por que será tão difícil ter um pouquinho, só um pouquinho de segurança?

É realmente impossível encontrar uma pessoa
que não esteja presa a uma antiga paixão
ou
que não se importe com seus erros do passado
ou
que encontre um pouco de beleza em seus defeitos
ou
que assim como você, só esteja procurando por um pouco de abrigo?
E por aí eu poderia continuar.

Algumas paixões morrem, outras sequer chegam a nascer. Mas o mais triste mesmo é quando ela só brota em um dos lados do jardim. Enquanto desse lado nascem flores lindas, cheias de cor, vida e aroma, do outro uma graminha rala, esperando por algo que o faça florescer também. Mas isso não acontece.

"Like a flower waiting to bloom
Like a lightbulb in a dark room
I'm just sitting here waiting for you
To come home and turn me on"
- Turn me on, Norah Jones

Como curar essa sensação de abandono? De que algo foi arrancado de você à força, sem um aviso sequer? De que o chão debaixo dos seus pés foi simplesmente removido? De achar que pela primeira vez na vida, você havia apostado suas fichas no número certo...? De finalmente aceitar que está apaixonado, e de ser tarde demais para isso?

Como lidar com a dor do desengano? De ver que você é o único culpado pelo que está sentindo agora? Que foi fraco - ou forte - o bastante para deliberadamente se jogar no jardim de rosas? Lindo, vermelho e vistoso, mas com espinhos grandes a ponto de fazer sangrar o mais bravo coração...

Você se jogou. Você escolheu. Tente agora lidar com as consequências de suas próprias escolhas. Você aceitou. Se entregou. Traçou o seu próprio caminho, confiando, sem parar para analisar se aquilo era realmente o que parecia ser. Foi atraído pelas nuvens, sem saber se eram de tempestade. Nem procurou saber. Santa inocência!

A vida continua, você não vai morrer por causa disso. Só está cansado de fazer esse mesmo caminho de subida, vez após vez, sem descanso. De cair e se levantar novamente. Você sempre se levanta e começa de novo, mas não quer mais começar de novo. Queria começar pela última vez. Sempre pensa que é a última vez, mas não é.

E torce para que alguém perceba o que há de bom em você, apesar de suas mancadas, defeitos e problemas. Que veja a pessoa ridiculamente maravilhosa que é, por trás da insegurança e dos eventuais excessos. Que abra o coração para tudo isso de bom que tem a oferecer e continua lá em cima na prateleira, esquecido.

Para não ter que escrever um punhado de besteira toda vez que é traído por si mesmo.