domingo, 25 de abril de 2010

Distimia - depressão crônica

Depois de muito sofrer com essa sensação de vazio, de que nada nunca vai de fato melhorar, baixa auto-estima, cansaço mental entre outras coisinhas fodidas chatas, acabei parando por completo e total acaso numa comunidade no Orkut sobre o dito tema. Uma breve descrição e me pareceu interessante. Fui pesquisar na internerdz internet e por um momento senti como se estivesse lendo minha própria biografia.

Claro, como toda doença, tem uma série de sintomas, e o louco a pessoa não precisa necessariamente ter todos para ser classificada como distímica. Estou postando isso aqui não só por mim, mas porque imagino que muita gente por aí deve sofrer a mesma coisa que eu, e chega uma hora que cansa ser rotulado como fraco, chato, pessimista, etc. Mas é aí que entra a grande diferença entre o depressivo e o distímico, o distímico não tem aqueles picos de tristeza e desespero do depressivo, ele vive uma sensação contínua de tristeza, mas nada que o impeça de continuar trabalhando, sair com os amigos e se divertir ocasionalmente. E é exatamente isso que torna a doença difícil de ser detectada pelo próprio doente. Como você continua levando a vida de uma maneira ou de outra, acredita que todos esses sentimentos de merda fazem parte de sua personalidade e que uma hora ou outra essa sensação vai passar. Só que não passa, não é?

Tecnicamente, pelo que andei lendo, para ser classificada como distímica, a pessoa tem que se encontrar nesse estado de "crise" há pelo menos dois anos - mas pode ser muito, muito mais -, e durante esse tempo não pode ter passado por um período de dois meses ou mais sem apresentar os "sintomas". Ou seja, se você se lembra de uma época dentro do estado de "crise" de mais de dois meses sem se sentir triste, abatido e etc., pode não ser distimia, mas um motivo externo.

Eis alguns sintomas:
  • Falta de apetite ou apetite em excesso
  • Insônia ou hipersonia
  • Falta de energia ou fadiga
  • Baixa da auto-estima
  • Aumento da auto-crítica
  • Dificuldade de concentrar-se ou tomar decisões
  • Sentimento de falta de esperança
Entre outras coisas, vale lembrar também que existem outras características, como a sensação de inadequação, perda de interesse em atividades que normalmente você acha que se interessaria, extremo mau humor ou o contrário, que é o meu caso, que para tentar em vão compensar a sensação de vazio interior não consegue dizer não a nada que lhe seja pedido, tentando agradar a todos de todas as maneiras possíveis. A idade também não quer dizer nada, mas normalmente os sintomas começam a manifestar-se na infância ou adolescência. Mas pode vir a ocorrer depois de adulto também. No meu caso, é uma história bem antiga, mas a sua pode ser recente. Para quem fuma ou bebe, cuidado redobrado, pois a probabilidade da doença levar ao consumo exagerado dessas duas substâncias é bem grande. Drogas nem preciso mencionar, né? Meu problema pessoal é com álcool. Quando eu começo não paro até acabar e ainda fico deprimida quando acaba. E vou da sobriedade à embriaguez sem perceber, só no outro dia para eu avaliar o quanto estava louca, aí já é tarde demais e a cagada já tá feita.

Desmotivação, melancolia, tendência ao pessimismo e até mesmo dificuldade em tomar uma atitude para mudar certas atitudes que se considera indesejadas também estão entre os sintomas. A questão do sono, eu colocaria como um sono desalinhado, veja meu caso, eu demoro a pegar no sono - mas não costuma passar de 1, 1:30 da manhã -, durmo aproximadamente 8 ou 9 horas por noite e acordo cansadíssima, me sentindo um bagaço.

Agora vem a pergunta de 1 milhão de dólares. Mas Ju, tem cura? Sim, tem cura. Mas não vá se entupir de fluoxetina sem ao certo saber se é realmente isso o que você tem. Faça como eu, aproveite o serviço público de sua cidade, procure o posto de saúde mais próximo e marque uma consulta com um psicólogo. Foi o que eu fiz, minha consulta é semana que vem. Se se sentir à vontade para isso, fale sobre sua suspeita e diga exatamente como se sente. Ter uma direção pode ajudar o profissional a te ajudar. Para a distimia o tratamento costuma ser psicoterapia - seja lá o que diabos for isso kkk eu só imagino - mais medicação.

Bem, é isso, procurei fazer aqui um apanhado básico sobre a doença no intuito de ajudar outros retardados outras pessoas que como eu às vezes sofrem de um mal que não sabem o que é, e, importante, que querem melhorar e não viver de auto-piedade, um sentimento que eu já mencionei desprezar. Conhecimento é poder, okie? Joga no Avatar do conhecimento que você vai encontrar bastante informação sobre a bagaça. Infelizmente é tudo bem repetitivo, mas eu li vários porque cada site que você visita tem uma informação adicional que não tinha no anterior. Espero ter ajudado.

Stay cool!


5 comentários:

  1. Interessante, eu não sabia dessa diferença... Já me disseram que existem vários níveis de depressão, inclusive com nomes diferentes, a melancolia se não me engano é um grau mais forte... Não sei direito. Mas acho legal isso, não que eu seja uma espécie de sádica que goste de saber como as pessoas sofrem, não rs Nem eu acho que eu sofra de algum tipo de depressão ou distimia, inclusive desses sintomas eu só tenho às vezes insônia e fadiga, nada fora do normal, apesar de eu não me considerar tão normal assim, mas enfim rs
    Acho interessante porque eu gosto de psicologia, o comportamento humano e etc. E realmente existe muita gente com problemas como esse por aí que nem sabe direito o que tem. Então eu acho válido procurar um profissional, se informar, tentar superar isso. Que bom que é o que está fazendo ^^

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  2. Quando se entra nesse mundo dos distúrbios comportamentais, é um caminho sem volta, rs. São tantas coisas, tão diferentes, às vezes parecidas, e quando se pára para pensar na quantidade de pessoas por aí que sofrem com isso e ainda por cima são discriminadas, humilhadas, etc... É realmente triste.
    Meu texto ficou realmente bem resumido, eu fui escrevendo o que fui lembrando de tudo o que já tinha lido, mas acho que serve como uma luz para as almas perdidas de plantão, de repente um sinal de que não está sozinho e que o que está sentindo não é afinal sua culpa.
    O lance é correr atrás, amanhã é minha consulta, rs!

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  3. Oi. Não quero tirar esperança a ninguém... espero e acredito (tenho que acreditar) que algumas pessoas conseguem vencer essa maldita doença, quqe vai nos matando aos poucos e que muitas vezes acaba mesmo matando. Eu sofro de depressão iagnosticada) desde os meus 17 anos (já tenho 35), mas na verdade acho que já sofria muito antes disso - simplesmente atribuia aos sintomas deperessivos e confusos de adolescência. Tive fases menos más e outras péssimas, mas nunca consegui ser feliz e sentirme bem... tenho vinda só a sobreviver. E todo este tempo tenho tido acompanhamento médico, até de médicos diferentes, quer psiquiatras, quer psicólogos,quer acumpuntura fazendo tudo ao mesmo tempo. E mesmo assim, ainda só aprendi a sobreviver e a reprimir a minha vontade de não viver. Força para todos os que tiverem esta maldita doença e muita esperança - eu ainda tenho alguma esperança (pouca,mas alguma). Tento viver a vida um dia de cada vez, tenho um filho e familia que precisa de mim, não posso deixá-los, tenho que aprender a viver com a minha dor. Juro que tento tudo para superá-la - tento sair, vou trabalhar, tento conviver.. até sorrio (que é o que me custa mais!). Mas nem todos têm que ter o mesmo percurso que eu.. por isso, força aí e boa sorte! (do fundo do coração)

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  4. Eu odeio a abordagem da maioria dos psicólogos portugueses - a psicanálise.
    Aquela treta de falar sobre o passado e de se descobrir.
    Na maioria dos casos, o deprimido precisa aprender a lidar com os sintomas e a deixar de ter medo deles. Isso é libertador.
    PELO AMOR DE DEUS, se a psicoterapia não funciona procurem um psicólogo qualificado em Terapia Cognitivo-Comportamental. O melhor é que é uma terapia de curta duração e com resultados rápidos. Tentem!
    Esta é a terapia recomendada pela APA (American Psychological Association) para depressão e a mais ignorada em Portugal.

    Abraços de um sobrevivente da depressão.
    "Graças a Deus tive depressão, graças a ela cresci e hoje sou muito mais seguro."

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  5. ... e parem de dizer que depressão é um caminho sem volta.
    "Não importa quantas vezes caio, importa sim quantas vezes estou disposto a me levantar."

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